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O Nome das Coisas

escrito por Ines Martins 27 de novembro de 2012

 

Torpedo ou SMS ?

Outro dia, uma amiga me confessou de que havia ido até a sua operadora de telefone reclamar  do valor alto da sua conta e que quando  bem entrou na loja já foi logo dizendo para a atendente que ela  queria que fosse retirado da sua conta o valor referente aos Torpedos, porque ela não usava isso, mas que podia deixar SMS, pois seu neto poderia querer mandar algum para  a namorada. Foi então, que a atendente  foi logo explicando:-Minha senhora, Torpedo e SMS é a mesma coisa. Então praquê dois nomes diferentes para a mesma coisa? Retrucou minha amiga.  Ao ouvi-la, logo me lembrei da crônica do Mario Prata “O nome das coisas”. Leia e veja se você se identifica com alguma expressão  dessa crônica que é um registro de uma época muito gostosa para nós que a vivenciamos..

 

 O nome das Coisas : Mario Prata

 

Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:

– Luminária?

Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.

– Não, abajur mesmo, eu disse.

– De teto?

Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua.

Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova.

-No meu tempo – e isso faz pouco tempo – o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala. E lá em cima era lustre.

– Lustre?

Descobri que agora é tudo luminária. Passou por spot, virou luminária. Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem, e passe (no futebol) chamar-se agora “assistência”.

Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome?

A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até que já tivesse mudado de nome.Pra que mudar o nome das coisas?

Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como se chamava antes? Caminho do Rei. Pode? Pode! Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.

Mas lustres e abajur, gente, é demais. Programação de televisão virou “grade”. Deve ser para prender o espectador mais desavisado.

Entrega em domicílio virou “delivery”. Agenda de correio, “mailing”. São os publicitários, os agentes de ‘marquetingui’?

Quer coisa mais bonita do que criado-mudo? Existe nome melhor para aquilo? Pois agora as lojas vendem “mesa-de-apoio”. considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.

Antigamente virava-se santo, agora vira-se “beato”, como se já não bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.

Mudar o nome de deputado para “putado” ninguém tem coragem, né? Nem de senador para “sonhador”.”Sonhadores da República”, não soa bem? E uma “bancada de putados?”

A turma dos dez por cento agora se chama “lobista!” e a palavra não vem de lobo, mas parece.

E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim? Agora são “comissárias”. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão, não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo. Pior se as aeromoças virassem “moças-de-apoio”, taí uma idéia…

E tem umas palavras que surgem de repente do nada.

“Luau” – Isso é novo!

Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho rosê. Coisa de bicha, isso de luau.

Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de “cérebro-eletrônico”. Sabia dessa?

E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas? E que, nainauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?

Outra palavrinha nova é “stress”. Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress. Mais ou menos como a “TPM”. Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo? No meu tempo o máximo que a gente ficava era de “saco cheio”. Estressado, só na turma do Luau.

E agora me diga: por que é que em algumas casas existe “jardim de inverno” e não “jardim de verão?”

E se você quiser mudar o nome desta crônica para lingüiça, pode. Desde que coloque o devido trema*. Também conhecido como dois pinguinhos.

 

*A crônica foi escrita, antes da atual reforma ortográfica.

Abajourcriado-mudodeliveryMario PrataMARIOPrataSMSTorpedo
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